quarta-feira, 24 de junho de 2009

O senhor da guerra

Hoje assisti à dois filmes clássicos sobre guerra: Nascido para matar (nota 9,0) e Tempos de glória (8,0). Então resolvi entrar no clima e postar minha opinião sobre guerras.

Digamos que o João e o José estão concorrendo à presidência da república. Você vai votar no João, não porque acredite nas idéias dele. Você vai votar nele simplesmente porque não tolera a idéia do José ser eleito. Mas como sua opinião pouco importa, o José é eleito. A vida continua, com todos os problemas do nosso cotidiano, até que um dia sabe-se lá porque cargas d´águas o José têm uma briga com o presidente de Djibuti. Você lê nos jornais algo a respeito, mas pouco se importa, porque algo te diz que ganhe quem ganhar, sua vida não vai melhorar.


Um belo dia, porém, dizem que você terá de deixar sua família e viajar ao exterior para defender a nação contra a tirania de Djibuti. O país é assolado por aquele sentimento de patriotismo típico de Copa do mundo e você pensa: “ Porra... o José não foi eleito pra ser meu representante? Pois bem... eu acho que ele o outro cara deveriam subir num ringue e resolver as desavenças deles. Nem do José eu gosto. Bobear, se soubesse o que realmente está acontecendo, era capaz de ficar do lado do outro cara.”


Mesmo assim, para cumprir seu dever de cidadão, lá vai você para a puta que pariu, tomar sol, chuva, passar o maior medo de sua vida, ver um monte de conhecidos morrerem, matar pessoas que sequer conhece. Talvez, se vocês parassem para conversar, aquele sujeito que você deu um tiro na testa poderia se tornar seu melhor amigo. E o que ele fez contra você? Por que você o matou? Porque o José mandou. José, o cara que você não gosta, mas que escolheram para ser seu representante e cuidar de seus interesses e que agora brigou com outro cara e quer que você ponha o seu na reta para defender os interesses dele.


Mas a vida é assim. Depois dessa merda toda, você volta pra casa, cheio de traumas e por uma sorte danada ainda vivo, e vê na TV o José dando as mãos para aquele cara que até há pouco era inimigo. Os dois fazem um acordo e falam sobre paz. Pelos sorrisos, você percebe que as contas dos dois estão mais gordas e quanto a você... você continua sendo o mesmo otário. Mais um daqueles que colocará a mão no peito e cantará com orgulho o hino da seleção na próxima Copa do mundo.

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